Sanfoneiro, pianista e cantor de 28 anos. Ex-integrante da banda Cidadão Instigado.O primeiro disco de Jeneci, Feito pra Acabar, foi lançado em novembro de 2010 pelo Slap, selo da Som Livre.Produzido por Kassin, com arranjos de cordas de Arthur Verocai e participações de Curumin e Edgard Scandurra, Feito pra Acabar tem vários hits em potencial, como Pra Sonhar e Copo D'água.
Atualmente, o jovem é uma das principais promessas da música brasileira, elogiado por colegas e jornalistas. Se não seguiu o caminho do jazz, tampouco abraçou os ritmos nordestinos ou o sertanejo.
As baladas e os rocks que o cantor e compositor produz têm inspiração essencialmente urbana. No circuito alternativo paulistano, vários artistas de sua geração apostam que ele em breve conquistará as massas sem perder o aval da crítica.
Vale dizer que, embora também seja pianista, Jeneci continua fiel à sanfona. Só que o instrumento se insere em seu trabalho da mesma maneira que no pop da mexicana Julieta Venegas, do francês Yann Tiersen e do grupo canadense Arcade Fire.
Filho de pernambucanos, o paulista Marcelo Jeneci se criou rodeado por sanfonas no bairro de Guaianases, um dos redutos nordestinos de São Paulo. Seu pai, Manoel, ganhava a vida consertando acordeões e não perdia a oportunidade de exibir à clientela os dotes do menino, que desde cedo dedilhava o instrumento.
Muitas das feras que passavam pela casa da família - em geral, ases do forró, como Dominguinhos - davam uma dica ou outra para o aspirante a músico profissional. Mas o sonho de Manoel não era ver o filho tocando gêneros regionais.
Ele queria mesmo é que Jeneci virasse pianista de jazz - e daqueles bem virtuosos. A rotina do filho de Manoel começou a mudar quando o acordeonista Toninho Ferragutti lhe avisou que o cantor Chico César estava saindo em turnê e precisava de um sanfoneiro que tocasse piano.
Após uma semana de treino intenso, o adolescente de 17 anos se apresentou, carregando uma sanfona presenteada por Dominguinhos, e ganhou a vaga. Em seguida, passou a acompanhar um mundaréu de gente: Elza Soares, Arnaldo Antunes, Vanessa da Mata.
Foi com a ajuda de Vanessa, aliás, que concluiu sua primeira composição, Amado. A estreia não poderia ter sido mais feliz. Na voz da intérprete, a canção emplacou em A Favorita, novela da Globo, e ainda faturou o Prêmio Multishow de 2009 na categoria "melhor música".
Longe, outra criação dele, dessa vez com Arnaldo Antunes e Betão Aguiar, acabou entrando na novela Paraíso, também da emissora carioca, mas na voz de Leonardo.Fundamentais para a consolidação de sua personalidade artística foram os anos em que integrou a banda Cidadão Instigado, do cearense Fernando Catatau.